hoje sento-me
e pergunto
afinal que merda és tu?
levanto-me
e pergunto
afinal que merda és tu?
olho-te nos olhos
e pergunto
afinal que merda és tu?
aponto-te o dedo, faço de minha face incursão do medo
e pergunto
afinal que merda és tu?
a ti me chego, teu odor inalo, teu fedor cheiro
e pergunto
afinal que merda és tu?
sem resposta me irrito
e pergunto
afinal que merda és tu?
sem reacção
te pergunto
mas afinal que merda és tu?
de ti me aproximo, teu bafo a cadáver sinto, e replico
foda-se, mas afinal que merda és tu?
perco a compostura e da mente impura solto o impropério
foda-se puta vendida, mas afinal que merda és tu?
vejo teu corpo dormente tua mente intermitente tua alma ausente, e no presente
pergunto
afinal que merda és tu?
interpelo incompreendido, afinal de cheiro fedido minha merda só sai do cu,
e pergunto
mas afinal que merda és tu?
que a merda por teus poros evapora
e de tuas palavras tresanda
como a vendedora que por gloria toma velha propaganda
agarro tuas roupas rasgadas atiro-te do cimo das escadas, te acordo e em tua face berro
acorda Portugal, afinal que merda és tu?
obrigo-te ao banho,
retiro de ti culturas de ferro ouro e estanho,
teu cabelo amanho,
aos filhos de Afonso Henriques suplico
aos descendentes de Viriato rezo
e pois por ti nem pena nem desprezo
apenas odeio teu amante obeso
que teima em te explorar
ao soco te acordo e em ti imploro ...
afinal Portugal? que merda és tu?
finalmente o bafo “labajao” desaparece
teu chulo estremece
pois a merda de que te levantas já não lhe obedece
deixas o fedor para gregos e franceses
a merda para tristes espanhóis e ingleses
por ti já não chamam nem serpentes na caracóis
e brilharas por mim e um sois
por fim ...
em fim apenas resta
que acordes...
mas afinal Portugal, que merda és tu?
Sem comentários:
Enviar um comentário