quinta-feira, 30 de junho de 2011

Manifesto do Parvismo


“Uma geração que consente deixar-se representar por um Dantas é uma geração que nunca o foi. É um coio d'indigentes, d'indignos e de cegos! É uma resma de charlatães e de vendidos, e só pode parir abaixo de zero! “ Por José de Almada Negreiros em Manifesto Anti-Dantas

Aqui, eu, hoje em vossa mente de velho papel escrevo
Que demente seja, e dementes sejamos
Mas aqui criamos o que ousamos pensar
Seja então escrito, prescrito e não circunscrito
Que Parvismo seja nome
E sua descrição seja nossa arte de provocar
De ser, de ver o mundo e o amar…
Que o Parvismo se estenda para la nossa escrita
ganhe melodia e prospere,
Que ganhe cores e sabores
por fim por si impere
Que Parvismo seja a arte
De ao normal recusar sucumbir
Que que em cada um exista forma única do pensamento parir
Que cada parvo seja respeitado por sua forma de não ver
Mas observar o ser
Que lhe da corpo e explora a alma
Mas que com toda a calma
O deixa pela vida com rumo vaguear
Que o Parvismo não seja política
Mas que toda a critica em si exista
Que a critica em si prospere
mas que consciente seja
que da ovelha nos proteja
pois rebanho não somos, nem seremos,
e para pastar, jamais viveremos
Que a vingança de nos Parvos não se apodere
Que a provocação seja nossa mãe
e que como filho sem pai
nossas tranças entrelaçadas
se tornem em psicadélicas escadas
de pensamento inconcepto e sempre disperso
que expluda no mundo como uma louca espiral
que não tem bem nem mal
apenas um pressuposto geral
que a mente pode mudar
e o banal banir de volta ao ventre da vaca cega que o ousou parir

Resumindo mas jamais concluindo
Que o Parvismo seja então, a arte sem vela nem senão, sem bela nem Sansão, de puxar ao mundo suas orelhas e mostrar as putas velhas que é hora de mudar, de viver, de aprender a crescer sem criança deixar de ser.
Puxemos então, de aqui até que o céu toque o chão o ser há única razão, que a vida não existe para que o triste morra de trabalho alheio mas para que ame até o mais simples permeio da mais bela porção de existência...

Assim sendo, escrevo, reescrevo e prescrevo, que parvo sou e parvo seremos se a nossa mente descrevermos.
Por fim mas não em fim, proclamo e afirmo que José de Almada Negreiros seja o pai do Parvismo.



descrição do Parvismo:

o Parvismo pretende ser uma forma de acção, criação e de intervenção de forma pouco convencional e sempre com a arte como meio, sendo a escrita uma componente essencial.

Tiago Coelho e João Couceiro e Castro, Junho 2011

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